CRIA O CADASTRO MUNICIPAL DA PESSOA SURDA NO MUNICÍPIO DE MARACANAÚ, DESTINADO À IDENTIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DOS CASOS DE DEFICIÊNCIA AUDITIVA UNILATERAL E BILATERAL, COM A FINALIDADE DE SUBSIDIAR O ACESSO A SERVIÇOS E POLÍTICAS PÚBLICAS ESPECÍFICAS, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
O presente Projeto de Lei tem como objetivo criar o Cadastro Municipal da Pessoa Surda no Município de Maracanaú, instrumento fundamental para a identificação, quantificação e mapeamento das pessoas com deficiência auditiva unilateral ou bilateral.
A inexistência de dados precisos dificulta o planejamento e a efetivação de políticas públicas voltadas à inclusão da pessoa surda, especialmente nas áreas de saúde, educação, assistência social, empregabilidade e acessibilidade comunicacional. Com o cadastro, o Município poderá desenvolver ações mais eficazes, garantindo atendimento adequado às necessidades específicas dessa população.
A Constituição Federal consagra, em seu art. 1º, inciso III, o princípio da dignidade da pessoa humana como um dos fundamentos da República, impondo ao Poder Público o dever de promover políticas que assegurem a inclusão social e o pleno exercício da cidadania das pessoas com deficiência.
Nos termos do art. 23, inciso II, é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios cuidarem da saúde e da assistência pública, bem como da proteção e garantia das pessoas com deficiência, legitimando a atuação do Município na criação de instrumentos de identificação e planejamento de políticas públicas voltadas a esse grupo social.
A proposta está em consonância com a Constituição, a Lei nº 13.146/2015 (Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência) estabelece, em seus arts. 2º, 8º e 34, o dever do Poder Público de assegurar a participação plena e efetiva das pessoas com deficiência na sociedade, bem como de promover políticas públicas baseadas em dados e informações que permitam identificar barreiras e necessidades específicas.
Destaca-se, ainda, o reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, nos termos da Lei nº 10.436/2002 e do Decreto nº 5.626/2005, como meio legal de comunicação e expressão das pessoas surdas, reforçando a importância de políticas públicas que promovam a acessibilidade comunicacional.
Ressalta-se que a adesão ao cadastro será voluntária, respeitando a privacidade e a proteção dos dados pessoais, sendo as informações utilizadas exclusivamente para fins de planejamento e execução de políticas públicas.
Diante da relevância social da matéria, conto com o apoio dos nobres Vereadores para a aprovação deste Projeto de Lei, que representa um importante avanço na promoção da cidadania e da inclusão das pessoas surdas no Município de Maracanaú.
| Data | Fase | Vinculação | Situação | Observação |
|---|---|---|---|---|
| 15/12/2025 01:00:56 | CADASTRADO | AGENTE: AMANDA OLIVEIRA RODRIGUES PORTELA | CADASTRADO | |
| 15/12/2025 11:35:11 | LEITURA NO EXPEDIENTE | 81ª (OCTOGÉSIMA PRIMEIRA) SESSÃO ORDINÁRIA DA 11ª (DÉCIMA PRIMEIRA) LEGISLATURA (2025 - 2028) - 1º PERÍODO (01/01/2025 À 31/12/2025) DE 16 DE DEZEMBRO DE 2025 - LEITURA DO EXPEDIENTE mais | EM TRAMITAÇÃO |
| Nome | Cargo | Orgão |
|---|---|---|
Vossa Excelência Roberto Soares Pessoa |
Prefeito |
Maracanaú |
ART. 1º FICA CRIADO O CADASTRO MUNICIPAL DA PESSOA SURDA, NO ÂMBITO DO MUNICÍPIO DE MARACANAÚ, COM A FINALIDADE DE IDENTIFICAR, MAPEAR E QUANTIFICAR AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA UNILATERAL OU BILATERAL RESIDENTES NO MUNICÍPIO.
ART. 2º - PARA OS FINS DESTA LEI, CONSIDERA-SE PESSOA SURDA OU COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA AQUELA QUE APRESENTA PERDA AUDITIVA UNILATERAL OU BILATERAL, PARCIAL OU TOTAL, CONFORME CRITÉRIOS MÉDICOS E LEGAIS VIGENTES.
ART. 3º - O CADASTRO MUNICIPAL DA PESSOA SURDA TERÁ COMO OBJETIVOS:
I – IDENTIFICAR E QUANTIFICAR A POPULAÇÃO COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA NO MUNICÍPIO;
II – SUBSIDIAR A FORMULAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS INCLUSIVAS;
III – PROMOVER O ACESSO DAS PESSOAS SURDAS AOS SERVIÇOS PÚBLICOS MUNICIPAIS, ESPECIALMENTE NAS ÁREAS DE SAÚDE, EDUCAÇÃO, ASSISTÊNCIA SOCIAL, CULTURA E TRABALHO;
IV – CONTRIBUIR PARA A PROMOÇÃO DA ACESSIBILIDADE COMUNICACIONAL, INCLUINDO O USO DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS – LIBRAS;
V – GARANTIR MAIOR EFETIVIDADE NA EXECUÇÃO DE PROGRAMAS E AÇÕES VOLTADAS À INCLUSÃO SOCIAL DA PESSOA SURDA.
ART. 4º - O CADASTRO MUNICIPAL DA PESSOA SURDA SERÁ ADMINISTRADO PELO ÓRGÃO MUNICIPAL COMPETENTE, EM ARTICULAÇÃO COM AS SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE, EDUCAÇÃO E ASSISTÊNCIA SOCIAL, PODENDO CONTAR COM O APOIO DE OUTRAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS OU PRIVADAS.
ART. 5º - A INCLUSÃO NO CADASTRO SERÁ REALIZADA DE FORMA VOLUNTÁRIA, MEDIANTE SOLICITAÇÃO DA PRÓPRIA PESSOA INTERESSADA OU DE SEU RESPONSÁVEL LEGAL, RESPEITADOS OS PRINCÍPIOS DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA, DA PRIVACIDADE E DA PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS.
ART. 6º - AS INFORMAÇÕES CONSTANTES NO CADASTRO MUNICIPAL DA PESSOA SURDA DEVERÃO SER UTILIZADAS EXCLUSIVAMENTE PARA FINS ESTATÍSTICOS, DE PLANEJAMENTO E DE EXECUÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS, SENDO VEDADA SUA UTILIZAÇÃO PARA QUALQUER FORMA DE DISCRIMINAÇÃO.
ART. 7º - O PODER EXECUTIVO MUNICIPAL PODERÁ REGULAMENTAR ESTA LEI NO QUE COUBER, ESTABELECENDO OS PROCEDIMENTOS, CRITÉRIOS E INSTRUMENTOS NECESSÁRIOS À EFETIVAÇÃO DO CADASTRO.
ART. 8º - O PODER EXECUTIVO PODERÁ FIRMAR CONVÊNIOS E PARCERIAS COM INSTITUIÇÕES PÚBLICAS OU PRIVADAS, INSTITUIÇÕES ESPECIALIZADAS, ASSOCIAÇÕES E PROFISSIONAIS DA ÁREA PARA ORIENTAR A IMPLEMENTAÇÃO VISANDO À EXECUÇÃO DESTA LEI.
ART. 9º - AS DESPESAS DECORRENTES DA EXECUÇÃO DESTA LEI CORRERÃO POR CONTA DE DOTAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS PRÓPRIAS, SUPLEMENTADAS SE NECESSÁRIO.
ART. 10 - ESTA LEI ENTRA EM VIGOR NA DATA DE SUA PUBLICAÇÃO.